Os arranha-céus

Em 1927 é apresentada a perspectiva do Edifício Moreira Garces, o primeiro “arranha céo” de Curitiba. Inicialmente com cinco pavimentos – depois acrescido de mais três, é concluído somente em 1936.1

A sua construção dá início ao processo de verticalização em Curitiba, impulsionado também pela ampliação do uso do concreto armado.

Nos anos de 1935 e 1939, Eduardo Fernando Chaves responde como projetista, calculista, construtor e/ou fiscal por quatro edifícios localizados na região central. Com quatro a oito pisos e elevador, apresentam lojas no térreo e, nos demais pavimentos, salas comerciais e/ou apartamentos, programa arquitetônico que se consolida na primeira zona de Curitiba durante a década de 1930.

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Edifício Sul América

Trata-se de modificação do “Projeto do Edifício da Sucursal da Sul América”, em Curitiba. A obra é executada pela Companhia Construtora Nacional, que também edificou o Edifício Moreira Garcez e o Colégio Estadual do Paraná, assinando como construtor responsável Eduardo Fernando Chaves.

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No início de 1937, o Edifício da Sul América é apresentado na revista publicada pela seguradora. Atualmente, abriga a sede da Procuradoria da República.

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À esquerda, na imagem inferior da página,  a sucursal da seguradora em Curitiba. Construção com responsabilidade técnica de Eduardo Fernando Chaves. À direita, ampliação  da imagem.
Fonte: Revista Sul America. Anno 18, n. 69, jan.-fev.-mar. 1937.
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 Edifício da Sucursal da Sul América, 2012.
 

Edifício Loureiro

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Fachada frontal do Edifício Loureiro. 

Fonte: Alvará n.° 1.127, 
de 30/3/1935 - Prefeitura Municipal de Curitiba.
Edifício Loureiro, 2012.

Fachada frontal do Edifício Loureiro.                                                                                                                             Edifício Loureiro, 2012.
Fonte: Alvará n.° 1.127,de 30/3/1935 - PMC.

Edifício Eulália Chaves

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Fachada frontal do Edifício Eulália Chaves.                                                                                          Edifício Eulália Chaves, 2012.
Fonte: Alvará n.° 3.759, de 31/3/1939 - PMC.

 

Edifício José Carvalho de Oliveira

 

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Fachada frontal do Edifício José Carvalho de Oliveira. Fonte: Alvará n.° 3.759, de 31/3/1939 - PMC
Edifício José Carvalho de Oliveira, hoje Carvalho Loureiro, 2012.

Fachada frontal do Edifício José Carvalho de Oliveira.                                        Edifício José Carvalho de Oliveira, hoje  Fonte: Alvará n.° 3.759, de 31/3/1939 - PMC                                                                    Carvalho Loureiro, 2012.

 

Igrejas e Educandários

Dentre as obras de Eduardo Fernando Chaves constam: um conjunto de seis projetos arquitetônicos de edifícios com funções religiosas; três para instituições de ensino e, um para convento, elaborados entre 1927 e 1941.

1927, o primeiro projeto conhecido é o da Igreja do Rosário, cujo prédio existente é demolido dez anos depois, iniciando-se no mesmo espaço a construção do novo templo.

1936, projeta e constrói a primeira sede da Igreja do Cristo Rei no bairro do Cajuru.

1937, elabora o projeto da Igreja Santa Terezinha, que, embora tenha alvará de aprovação, não foi executado de acordo com sua proposta. 

1938, desenha a Capela do Instituto Santa Maria .

1941, projeta a Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Tanto a igreja, como a Capela do Instituto Santa Maria, são construídas por João de Mio. Neste ano, a atuação do engenheiro estende-se também para a área do ensino.

1934 e 1941, planeja as contínuas ampliações realizadas no Instituto Santa Maria, na Rua XV de Novembro. 

1935, idealiza e constrói a Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann.

1941, realiza a ampliação do Colégio Sagrado Coração de Jesus e o Convento Bom Retiro da Santa Cruz para as Irmãs da Divina Providência.

Igreja do Rosário

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Igreja do Rosário                                                                                                                                              Perspectiva da Igreja do Rosário.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo, 1° de outubro de 1927.                                                            Projeto arquitetônico e desenho de
                                                                                                                                                                                    Eduardo Fernando  Chaves.
                                                                                                                                                              Acervo: Eduardo Fernando Chaves, sobrinho.

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Fonte: Jornal Gazeta do Povo, 25 de agosto de 1928.

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Fachada frontal da Igreja do Rosário.                                                                                                                         Igreja do Rosário, 2012.
Fonte: Alvará n.° 1.828, de 19/03/1937 - PMC.

 

1927, 1° de outubro, o Jornal Gazeta do Povo anuncia que o projeto da Igreja do Rosário está exposto na vitrine do “Louvre”, onde as novidades são mostradas à população.2 Elaborado por Eduardo Fernando Chaves, a proposta – considerada formosíssima – “reconstroe completamente e moderniza a velha Egreja, não lhe tira, porem, as actuaes linhas architectonicas”. A volumetria da antiga edificação é mantida e, segundo Monsenhor Celso, seu “estylo” também: “a minha vontade é que seja conservado o estylo do templo. Igrejas não se transformam, Igrejas se conservam. É um perigo mudar, hoje, aspectos de templos. A época é de bungalows”. A escolha do neocolonial – vinculado ao repertório formal das construções coloniais –, tem a intenção de “guardar” “as actuaes linhas architectonicas”, comprometendo-se simultaneamente com a tradição e a modernidade, uma vez que este movimento era considerado, naquele momento, “brilhante modelo do futuro esthetico”.3

Em 19 de março de 1937, o arcebispo D. Ático Rocha solicita a demolição da antiga Igreja do Rosário e a construção da nova, situada à praça Garibaldi, na esquina das ruas Duque de Caxias e Trajano Reis, tendo o engenheiro civil Eduardo Fernando Chaves como autor do projeto arquitetônico e responsável pela construção.4

Iniciada a reconstrução em 1938, as paredes levantam-se vagarosamente até o falecimento de Eduardo Fernando Chaves, em 1944. Dois anos depois, forma-se uma nova comissão para construção e, em 1951, a Igreja inicia suas atividades, sendo confiada aos Padres Jesuítas que a administram até o presente.

Destaca-se que o projeto arquitetônico sofre uma modificação: a torre inicialmente locada à direita, é construída no lado contrário.

Igreja Cristo Rei

1936, 27 de dezembro, é lançada a pedra fundamental da Igreja provisória do Cristo Rei no terreno situado na Rua Goethe esquina com a Rua Guarany, doado por Madre Leonie, Superiora Provincial das Irmãs de São José de Tarentaise Mouitiers Saboia. Cabe ao padre Germano Mayer angariar fundos para a obra.

As plantas da Igreja foram feitas pelo ilustre arquiteto e engenheiro Eduardo Fernando Chaves, que também fiscalizou a construção até o seu final, nada cobrando pelo serviço. Tão logo entregou a obra, Deus o recompensou: ganhou Quinhentos Contos de Réis na loteria.
O projeto inicial previa uma área construída de 450,00 m² (15x30m), pois seria provisória. Porém após iniciada, a pedido do padre Germano ampliou-se para 600,00 m² (15x40m). (...)
Não havia água encanada. O barracão, que fora usado como depósito de material e o poço aberto para as necessidades da construção, continuou servindo como banheiro provisório dos padres até 1941.5

1937, 5 de dezembro, é concluída a Igreja, celebrada a primeira missa e criada a nova paróquia. No ano seguinte, é solicitada a construção de um galpão de madeira destinado à sala de festas da Igreja do Cristo Rei, novamente projetado por Eduardo Fernando Chaves.

1938, iniciada a obra de 180,00 m² (9x20m) e, nos primeiros anos da década de 1940, constrói-se o salão paroquial.

A Igreja provisória do Cristo Rei é executada graças ao padre palotino Germano Mayer. O próprio bairro passa a denominar-se Cristo Rei, e a antiga Rua Goethe, rebatizada de Germano Mayer, revelando a importância da igreja e de seu pároco para a comunidade.

1975, o edifício projetado por Eduardo Fernando Chaves é demolido 38 anos após sua inauguração, dando lugar à atual igreja de linhas modernistas projetada por Kozo Kassai.

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Fachada frontal da Igreja Santa Terezinha.                                                                    Festa comemorativa ao dia de Cristo Rei.  Fonte: Alvará n.° 2.779,  de 10/04/1937                                                                              década de 1940.                                                                                                                                                                                                                              Acervo: Nestor Gastão  Poplade.

Projeto da Igreja Santa Terezinha

1937, 10 de abril, Eduardo Fernando Chaves elabora o projeto arquitetônico para a Igreja Santa Terezinha, na Rua Visconde de Guarapuava, Batel. Em outubro, é lançada a pedra fundamental do templo e dezenove dias depois, outro projeto é apresentado à Prefeitura, assinado por E. G. Classen.

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Fachada frontal da Igreja Santa Terezinha.
Fonte: Alvará n.° 2.779, de 10/04/1937 - PMC.

Igreja Nossa Senhora Aparecida

1938, com o encerramento das Santas Missões na Capela do Seminário Diocesano, é lançado pelo padre Victor Coelho de Almeida a ideia de construir uma igreja dedicada à Nossa Senhora Aparecida.

1939, os moradores do bairro Barigui-Seminário reunem-se na Sociedade Beneficente Operária do Seminário e formam uma comissão com tal objetivo. O terreno, com área de 3.000 m², é doado por Odia Nadolny e situa-se à 200 m da ponte do rio Barigui, na estrada que leva a Campo Largo. Durante quatro anos muitas festas campestres são realizadas a fim de arrecadar verbas para construção do templo.6

1941, Eduardo Fernando Chaves elabora o projeto arquitetônico da Igreja de Nossa Senhora Aparecida. No mesmo ano é aprovada sua construção na Prefeitura, e, em 8 de junho, realiza-se o lançamento da pedra fundamental.

1943, a obra, iniciada em seguida é realizada por João de Mio, e concluída em maio.

1953, 08 de janeiro. A Paróquia de Nossa Senhora Aparecida é criada e entregue aos cuidados espirituais dos Missionários da Consolata, que a administram até o presente.

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Fachada frontal da Igreja de Nossa Senhora Aparecida                               Igreja de Nossa Senhora Aparecida, 2012.
Fonte: Alvará n.° 5.360, de 7/5/1941 - PMC.

 

Capela do Convento Bom Retiro da Santa Cruz

 

1941, Eduardo Fernando Chaves projeta o Convento Bom Retiro da Santa Cruz para as Irmãs da Divina Providência, destinado ao retiro espiritual e casa de repouso para idosos. Construído em terreno situado na Avenida Anita Garibaldi, o edifício de dois pavimentos possui uma capela que atendeu a comunidade até a inauguração da Igreja de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, em 1955. A Capela, dedicada à Santa Inês, localiza-se à esquerda, em volume avançado.

1963, o convento fecha suas portas e a propriedade é adquirida pelo episcopado de Santa Catarina, para criar o Instituto Paulinum que funciona até 1973.

1974, é adquirido pelo Governo do Estado, e abriga desde então o Centro Comunitário Diva Pereira Gomes / Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Guardas Mirins do Paraná. A capela atende à instituição até o presente.7

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Fachada frontal do Convento Bom Retiro da Santa Cruz.                                                   Convento Bom Retiro da Santa Cruz,  Fonte: Alvará n.° 5.699, de 14/11/1941. PMC.                                                                                                          2005.

 

Instituto Santa Maria

 

1910 e 1918, o Colégio Nossa Senhora do Sion ocupa instalações na Rua XV de Novembro.8

1924, a Congregação Marista adquire a propriedade, com o objetivo de abrir um externato na cidade. Além da escola, o edifício abriga a residência dos religiosos. No restante do terreno, há “prédios construídos de madeira, muros e outras benfeitorias”.9

1930, década da expansão do número de alunos, e várias ampliações no edifício para contornar o problema da falta de espaço.

1932, o construtor João de Mio assina o projeto e constrói o terceiro piso da edificação existente na esquina das ruas XV de Novembro e Conselheiro Araújo. É a primeira de muitas intervenções que ocorrerão naquele espaço.

1934, Eduardo Fernando Chaves elabora um alpendre para o recreio na Rua Conselheiro Laurindo e, até 1942, será o responsável pelo projeto de mais sete intervenções, executadas sempre por João de Mio.

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Ao longo de oito anos, Eduardo Fernando Chaves dá forma ao conjunto arquitetônico Instituto Santa Maria. Com um terreno ocupando toda a quadra, o educandário cresce em volta do pátio interno, seguindo a tradição de edificações religiosas. Respeitando as construções iniciais, as ampliações mantém a escala e o tratamento formal, dando unidade às diversas intervenções.

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Fachadas do Instituto Santa Maria voltadas para as ruas XV de Novembro e Tibagi. 
Fonte: Alvará n.° 4.279, de 27/12/1939 - PMC.

 

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Vista geral do conjunto arquitetônico do Instituto Santa Maria, onde se destaca a implantação em quadra 
Acervo: Colégio Marista Santa Maria.
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Cartão postal do Colégio Santa Maria, que mostra a evolução histórica das suas instalações. 
Acervo: Colégio Marista Santa Maria.

 

 

 Capela do Colégio Santa Maria

 

1938, projetada por Eduardo Fernando Chaves a Capela tem importância que extrapola as paredes do educandário, pois suas portas estão abertas à comunidade. Insere-se no processo das contínuas ampliações do educandário iniciadas em 1934, e que se estendem até 1942. (Requerimento de licença para execução de Obras da Classe A, nº 3.055, 29/02/1938).

1939, a capela, localizada na esquina da Rua Conselheiro Laurindo, é construída por João de Mio e concluída  em janeiro.

Benção solene da Capela

O dia 15 de outubro de 1939 foi de alegria para os queridos Irmãos Maristas, assim como para os alunos do educandário por eles dirigidos, pois nesse dia a Capela se tornou um lugar reservado à celebração do sacrifício de Jesus Cristo, onde fiéis poderão levantar as suas preces a Deus.
A Capela apresenta no altar-mor uma linda imagem da Virgem, a doce mãe do Redentor, ladeada pelas imagens de Jesus Cristo e pela de São José. Em torno ostenta imagens de São Luiz Gonzaga, S. Miguel Arcanjo, Santa Ana, S. Francisco de Assis, Santa Teresinha, Santo Antonio de Pádua e o Anjo da Guarda.
Um friso colocado um pouco acima das imagens representa a Virgem Santissima em várias figuras como: Rosa Mística, Torre de Davi, Casa de Ouro, Arca da Aliança, Torre de Marfim, Porta do Céu, Estrela da Manhã, Saúde dos Enfermos, etc.
O forro é revestido de magníficos desenhos de cores otimamente escolhidas, dando um aspecto todo especial ao recinto.
O soalho é de parquete preto e branco, tudo muito artístico e admiravelmente trabalhado.
As janelas ogivaes são “vitraux” em várias côres, tendo ao centro, em verde, o emblema do crucificado.
Os bancos em número de oitenta são de imbuia e em estilo sóbrio, tomando a principal parte da Capela, cuja área é de 30 por 12 metros.
Há ainda a mesa eucarística, também de imbuia e que se achava na ocasião, recoberta por fina toalha branca.
Foi escolhido, para a cerimônia oficial, 15 de outubro o dia em que S. Excia. Revma. D. Atico Euzebio da Rocha, poderia honrar-nos com sua presença.
Às 7 e meia da manhã já os alunos, sós ou acompanhados de suas famílias, entraram para assistir à missa.
Entre a numerosa e ilustre assistência notavam-se: S. Excia. Revma D. Atico Eusebio da Rocha, o Interventor Manoel Ribas, Monsenhor Mauricio Dunan, Cel. Anápio Gomes, Tte Cel. Juarez Tavora, outros oficiais e pessoas gradas e numerosas famílias.
Antes de ser iniciada a missa, o nosso amado Arcebispo procedeu à benção da Capela.
A missa celebrada por Monsenhor Lamartine Miranda foi cantada a três vozes: pelos Irmãos Maristas, pelos alunos do Bigorrilho e pelos alunos do Instituto Santa Maria.
Com o final da cerimônia, uma profunda tristeza misturou-se à alegria de que todos os corações se achavam possuídos.
Tristeza porque a solenidade terminava, deixando-nos um como que indefinível sentimento, que hoje sabemos todos ser “saudades”, pois forçoso nos era o afastamento daquele recinto onde, pela oração, mais próximos estivéramos de Cristo, e, pelo ambiente, mais perto do céu.
E enquanto as horas passam e os dias vão para o infinito, sempre maior é a saudade, que renova na imaginação a cerimônia da benção da nova Capela do Instituto Santa Maria
.10

1998, a construção é inserida no programa de Recuperação dos Espaços Culturais e revitalização da região central de Curitiba. A restauração e adaptação, finalizadas em 2008, fazem surgir uma sala de concertos, a Capela Santa Maria, destinada a musica erudita e sede da Camerata Antiqua da cidade. (Requerimento de licença para execução de Obras da Classe A, nº 3.055, 29/02/1938).

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Fachada da Capela do Colégio Santa Maria.                                                                              Capela do Colégio Santa Maria, 2011.  Fonte: Alvará n.° 3.055, de 29/02/1938 - PMC

Escola Israelita Brasileira de Curitiba
Salomão Guelmann

1921, é criada pelo comitê escolar judaico a Escola Israelita no Paraná que, durante um ano, se responsabiliza pelo próprio ensino elementar israelita, reunindo as crianças na Biblioteca do Centro Israelita do Paraná.

1927, 15 de fevereiro é fundada a Escola Israelita Brasileira de Curitiba, funcionando em prédio alugado na Rua André de Barros n.° 63.11

1932, a escola transfere-se para um prédio à Rua do Rosário nº 152. Com o crescente número de alunos e ampliação do currículo torna-se necessário aumentar suas instalações.

1935, Salomão Guelmann constrói e doa um prédio especialmente para o funcionamento da escola. A nova sede – projetada por Eduardo Fernando Chaves, que também se responsabiliza pela fiscalização da obra –, localiza-se na Rua Lourenço Pinto.

1935, é inaugurada em 29 de junho e homenageando seu benfeitor, a instituição passa a chamar-se Escola Israelita Brasileira de Curitiba Salomão Guelmann, ali permanecendo por 35 anos.

Segundo Sara Schulman, que frequentou a escola entre 1939 e 1947:

O edifício da escola ocupava todo o terreno da Rua Lourenço Pinto. No térreo localizava-se o salão e o palco, onde todo final de ano os alunos encenavam as peças de teatro, cujo ensaio iniciava no começo do semestre. As cadeiras para o público tinham no alto do espaldar entalhadas EIBSG. Em baixo do palco, saindo para o pequeno pátio estava a escada e a porta da casa do caseiro.
No primeiro andar, havia quatro salas de  aula, uma ao lado da outra, à esquerda do corredor; nos fundos, a sala do jardim de infância e, em seguida, a escada que levava ao palco lá em baixo. No mezanino, ao fundo, ficava a sala do professor; uma pequena biblioteca na lateral; e dois banheiros – de azulejos e louças brancos – com uma pia do lado de fora. Havia uma escada que levava para um salão no sótão, onde morava o diretor com a esposa, um filho e dois meninos da comunidade. As salas de aula tinham janelas grandes que davam para o lado externo do corredor. Eram poucos alunos. Havia em cada sala cerca de 12 carteiras individuais, em imbuía; e a terceira, a quarta e a quinta séries estudavam juntas.
12


1960, segunda metade da década, o Centro Israelita ganha outra instalação na Rua Mateus Leme para onde se transfere.

1970, 26 de novembro, inicia-se a construção da atual sede da Escola Israelita Brasileira de Curitiba Salomão Guelmann, na Rua Nilo Peçanha, n.º 664, simultaneamente à autorização do funcionamento do ginásio. O projeto é elaborado pelos ex-alunos, Leo Grossmann e Jaime Lerner. Neste mesmo ano, o edifício da Lourenço Pinto é vendido e demolido.

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Alunos e ex-alunos em frente à Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann na entrega do
edifício e transferência da escola, 1975.
Acervo: Instituto Cultural Judaico  Brasileiro                                                                                                                      Bernardo Schulman.

Fachada da Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann.                          Alunos e ex-alunos em frente à Escola Israelita
Fonte: Alvará n.° 1.063, de 7/3/1935 - PMC                                                         Brasileira Salomão Guelmann na entrega do                                                                                                                                                                  edifício  e transferência da escola, 1975.                                                                                                                                                                           Acervo: Instituto Cultural Judaico  Brasileiro                                                                                                                                                                Bernardo Schulman.

Colégio Sagrado Coração de Jesus

1918, é Inaugurado, o Colégio Sagrado Coração de Jesus na esquina das ruas Desembargador Motta e Iguaçu. Destina-se ao curso primário – com internato, semi-internato e externato – oferecendo também aulas de música, bordado, trabalhos manuais e outros destinados a formação de meninas. O edifício de orientação eclética é implantado na esquina, apresentando recuos em relação aos limites frontais do terreno.

1938 e 1946, a escola passa a ofertar os cursos Ginasial, Colegial, Normal, Científico, Clássico, Secretariado e Análises Clínicas, e amplia o espaço construído. Um novo bloco de quatro pavimentos é edificado contíguo ao prédio inicial, voltado para a Rua Desembargador Motta.

1941, a instituição atende 100 alunas, oferecendo, aulas, refeições e dormitórios para 35 vagas do internato, 30 para o noviciado e mais as vagas para o seminternato.13

1941, Eduardo Fernando Chaves projeta o novo piso no prédio inicial e a construção de outros dois edifícios, uma Capela e um Salão Nobre. Trata-se de blocos independentes e interligados, com implantação em forma de “U”, definindo um pátio interno de função integradora.14

1941, 8 de dezembro , lançamento da pedra fundamental da capela.

1946, as novas instalações são concluídas e apresentadas no folder da escola.

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Folder do Colégio Sagrado Coração de Jesus - década de 1950.
Acervo: Colégio Sagrado Coração de Jesus.
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Fachada da Capela do Colégio Sagrado Coração de Jesus. 
Fonte: Alvará n.° 5.658, de 10/10/1941. PMC.

 

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Fachada do Salão Nobre do Colégio Sagrado Coração de Jesus. 
Fonte: Alvará n.° 5.658, de 10/10/1941. PMC.

 

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Em primeiro plano, o edifício que recebeu o quarto piso, e à esquerda a Capela – ambos projetados por Eduardo Fernando Chaves – 1952. 
Acervo: Colégio Sagrado Coração de Jesus.

O arranha-céo. Revista Illustração Paranaense. Curityba, Anno 1, n.1, jan. 1927.

Jornal Gazeta do Povo. Curityba, 1 de outubro de 1927.

A IGREJA DO ROSÁRIO precisa ser logo restaurada. Jornal Gazeta do Povo. Curityba, 24 de agosto de 1928.

FEDALTO, Pedro. A arquidiocese de Curitiba na sua história. Curitiba, 1958. p .181.

POPLADE, Nestor G. Paróquia Cristo Rei. Curitiba: Edição do autor, 2009. p. 52-63.

ARIOLI. Claudia. Acervo fotográfico, Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Projeto aprovado pela Lei de Incentivo da Fundação Cultural de Curitiba, 2006. p.63.

Capela do Convento Bom Retiro da Santa Cruz. Acervo: Provincialado da Santíssima Trindade da Divina Providência.s.n.t.

COLÉGIO MARISTA SANTA MARIA. História do Colégio Marista Santa Maria. Disponível: http://www.stamaria.marista.org.br. Acesso em 25 de novembro de 2005.

CASTRO, Elizabeth A de; IMAGUIRE, Marialba. Ensaios sobre a arquitetura em Curitiba 2 – Colégios e Educandários. Curitiba: Edição das autoras, 2006.

10 VIANA, Eugênio (aluno da 3ª série). Benção solene da Capela. In: Jornal O Instituto. Órgão dos alunos do Instituto Santa Maria. Ano 1, n° 1. Curitiba, 15 de novembro de 1939. p. 5-6.

11 O MACABEN. Edição comemorativa dos 60 anos da Escola Israelita. n.º 112. Curitiba: Copygraf, 1995.

12 SCHULMAN, Sara S. Entrevista gravada realizada por Zulmara C. S. Posse e Elizabeth A. de Castro. Curitiba, 16 de setembro de 2011. 42 minutos.

13 ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Colégio em foco. Revista Comemorativa. 1968. Acervo: Colégio Sagrado Coração de Jesus.

14 CASTRO, Elizabeth Amorim de; IMAGUIRE, Marialba. Ensaios sobre a arquitetura em Curitiba 2 – Colégios e Educandários. Curitiba: Edição das autoras, 2006.

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