“O matadouro é um estabelecimento necessário, porque poupa a cidade dos inconvenientes que resultam
da matança dos animais destinados à alimentação pública, quando ela é feita indistintamente em qualquer
parte e sem as cautelas necessárias. Além disso, também tem a vantagem de facilitar a fiscalização dos
animais destinados ao consumo, proibindo que sejam abatidos os doentes e os cansados. (...) Os matadouros
devem ser estabelecidos fora da cidade, em lugar seco, alto, isolado, vasto, para que possam os animais
repousar e pastar, que possua agua em abundancia, arborizado e cercado.”1
1853: segundo Romário Martins, Curitiba é uma “insignificância” e só tem o “predicamento oficial”. São 6.791 habitantes, 308 casas (sendo 52 ainda em construção) e quatro igrejas. Há uma “carência generalizada de serviços e infraestrutura”.2
Segunda metade do século XIX - vista de Curitiba.
Fonte: Cincoentenário da Estrada de Ferro do Paraná. 1885-1935. Curitiba: Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, 1935.
Segunda metade do século XIX - vista de Curitiba.
Fonte: Cincoentenário da Estrada de Ferro do Paraná. 1885-1935. Curitiba: Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, 1935.
1861 (11 de julho): a Câmara Municipal determina que “só nos matadouros públicos ou particulares, com licença da câmara, se poderão matar e esquartejar rezes para o consumo público”, entretanto, como não existe tal estabelecimento, faz-se a ressalva: “será feita a matança nos lugares para isso designados pelo fiscal e conduzidas as carnes em carros para o açougue”.3
1874 (15 de abril): Lei Provincial n.° 409 autoriza a construção de um matadouro público nos “subúrbios da cidade”.
1876 (11 de julho): “[em Curitiba] os matadouros [situam-se] quase dentro da cidade, e [estão] entregues ao pouco zelo de seus donos”.4
1878 (1 de maio): é inaugurado o primeiro Matadouro de Curitiba, localizado em região afastada do centro da cidade, na atual esquina das ruas Itupava e 7 de Abril.5
1894 - Mapa de Curitiba.
Fonte: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
No desenho, destaca-se a localização da Praça Tiradentes e do Matadouro da Rua Itupava, assim como o perímetro do Quadro Urbano de Curitiba vigente em 1903. Este edifício encontra-se em local afastado do centro da cidade, como preconizam as orientações higienistas.
1883: após visita ao Matadouro Público, o Presidente da Província, Alfredo d'Escragnolle Taunay, encaminha ofício à Câmara Municipal, no qual relata suas impressões sobre suas instalações:
1890 (19 de setembro): é aberta a concorrência para a construção de um matadouro na capital, “que preencha todas as condições desejáveis à salubridade pública”, “em lugar apropriado que será cedido pela respectiva intendência”.7
1891 (18 de outubro): o engenheiro Ernesto Guaita é autorizado pelo Governo do Estado a construir um mercado, um matadouro público e a sede do Congresso Estadual, no entanto os dois primeiros edifícios não são edificados.8
1895 (18 de outubro): o Jornal Correio Municipal, em 1895, publica ofício do Engenheiro Manoel Pinto dos Santos Barreto dirigido à Câmara Municipal lembrando “a necessidade que há de ordenardes ao Engenheiro da Câmara que, em planta geral da Capital que neste momento está organizando, faça a indicação exata (...) da locação do futuro matadouro”9
1895 - Ofício do engenheiro Santos Barreto solicitando detalhamento do projeto do novo matadouro.
Fonte: Jornal Correio Municipal. op. cit. Anno I, n.° 21. Coritiba: 30 de novembro de 1895. p.6.
1897 (21 de janeiro): o orçamento e a planta para um novo matadouro, realizados por Augusto Silva, são aprovados pela Comissão de Obras Públicas da Câmara Municipal de Curitiba. Outra comissão de vereadores define a localização do novo empreendimento: “nos terrenos pertencentes á Câmara, junto ao prado de corridas. (...) no mesmo local será erguido o deposito de inflamáveis”.10 A região escolhida incita várias discussões, as quais não impedem a abertura do edital de concorrência para a construção do novo matadouro, em 30 de março. Porém, as propostas apresentadas – segundo avaliação do engenheiro da Câmara – não têm condições de serem aceitas. Decide-se por nova concorrência. 11
1898 (17 de março): abertura de outra concorrência para a construção do novo matadouro e da estrada de rodagem que fará a ligação entre este e o Prado de Corridas.12 O local escolhido para o estabelecimento, o Guabirotuba, é “incontestavelmente o melhor possível para tal fim”, segundo o prefeito Cícero Gonçalves Marques,13 e situa-se a 1400 m do Prado de Corridas.
1898 - Edital de Concorrência para a construção do novo matadouro.
Fonte: Jornal O Municipio. Orgão da Municipalidade de Curityba: Anno II, n.° 17. Curityba: Typ. da Livraria Economica, 26 de março de 1898. p.3.
1898 - Anúncio da aprovação da proposta para a construção do novo matadouro.
Fonte: Jornal O Municipio. Anno II, n.° 19. Curityba: 16 de abril de 1898. p.2.
1898 - Contrato para a construção do novo matadouro.
Fonte: Jornal O Municipio. op. cit. Anno II, n.° 20. Curityba: 16 de abril de 1898. p.3.
Joaquim José Belarmino Bittencourt, construtor do Matadouro Municipal do Guabirotuba.
Fonte: Assembleia Legislativa do Paraná. Disponível em: http://www.alep.pr.gov.br/deputados/perfil/72-joaquim-jose-bellarmino-bittencourt. Acesso em 2 de novembro de 2014.
1899 (29 de agosto): é inaugurado o Matadouro Municipal do Guabirotuba.
1899, 29 de agosto - Anúncio da entrega do Matadouro Municipal à Prefeitura de Curitiba.
Fonte: Jornal O Municipio. op. cit. Anno III, n.° 90. Curityba: 2 de setembro de 1899. p.3.
1899 - Editorial sobre a inauguração do Matadouro Municipal.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XIV, n.° 199. Curityba: 5 de setembro de 1899. p.1.
1899 - Inauguração do Matadouro Municipal.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XIV, n.° 189. Curityba: 24 de agosto de 1899. p.1.
1900 (janeiro): descrição do Matadouro Municipal do Guabirotuba.
1900 - Descrição do Matadouro Municipal.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XV, n.° 4. Curityba: 6 de janeiro de 1900. p.2.
1906 (26 de fevereiro): visita ao Matadouro Municipal do Guabirotuba.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XXI, n.° 47. Curityba: 26 de fevereiro de 1906. p.2.
1909 (26 de fevereiro): vistoria do Diretor de Higiene Municipal no Matadouro Municipal do Guabirotuba.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XXIV, n.° 90. Curityba: 19 de abril de 1909. p.1.
1916 (15 de outubro): na Mensagem Prefeitural...
Claudino Rogoberto Ferreira dos Santos - Prefeito de Curitiba entre 1916 e 1917.
Fonte: Prefeitura de Curitiba.
“Matadouro Público
O Matadouro, em ponto da cidade inadequado ao fim, visto não ter com abundância e facilidade o elemento principal que é a água, está, por sua vez, reclamando igualmente uma reforma não só nas mangueiras, como no compartimento principal e demais dependências do edifício”.14
1917 (19 de maio): parecer da Câmara Municipal.
O atual matadouro, construído há cerca de 20 anos, defeituoso desde o princípio, tornou-se depois verdadeiramente imprestável, carecendo de reparos urgentes que isso se faça, tal o seu estado ruinoso. É além disso, um barracão anti-higiênico, não dispondo dos elementos, hoje indispensáveis para um estabelecimento de tal ordem.
A nossa cidade é bem digna, pelo seu desenvolvimento e progresso, de um estabelecimento modelo para o corte e suprimento de carne à população. Mas não é só isso: - com o aperfeiçoamento a que tem atingido a indústria das carnes tratadas por processos modernos de beneficiamento e de conservação e com o aproveitamento dos resíduos que atualmente só servem para a formação de focos de miasmas com o aumento da matança. Com vantagens higiênicas, o que tudo resultará em beneficio do Munícipio.
Um matadouro modelo do tipo “Packing-Houses” desenvolverá forçosamente, não só o corte do gado vacum e outros, como muito especialmente do suíno que atualmente, por falta de um tal estabelecimento, se encaminha, em pé para o vizinho Estado de S. Paulo, prejudicando as rendas do atual matadouro, que há anos se acham estagnadas, sendo, entretanto, uma das principais verbas orçamentárias do município.
Se é certo, porém, que precisamos melhorar o nosso matadouro, em benefício da população curitibana, não é menos certo que nos faltam os recursos para levar a efeito esse importante empreendimento e necessitamos apelar para a atividade particular.
Mas tratando-se da exploração, por tão longo tempo, ter um estabelecimento que está destinado a progredir sempre, na razão direta do aumento da população, não parece prudente dar tal passo sem as devidas cautelas, procurando pela melhor forma, assegurar os interesses do Munícipio e da população.”15
1917 (24 de maio): Lei Municipal n.° 487.
1917 - Lei Municipal n.° 487.
Fonte: Leis, Decretos e Actos da Camara Municipal de Coritiba de 1917 e orçamento para 1918. Coritiba: Typ. d’A Republica, 1918. p.10-12.
1917 - Edital de concorrência para a construção de um Matadouro Modelo.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XXXII, n.° 125. Curityba: 30 de maio de 1917. p.3.
1917 - Memorial descritivo da proposta apresentada para o Matadouro Modelo.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XXXII, n.° 125. Curityba: 30 de maio de 1917. p.1.
1917 - Perspectiva do conjunto arquitetônico do Matadouro Modelo.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XXXII, n.° 249. Curityba: 20 de outubro de 1917. p.1.
1919 (15 de janeiro): na Mensagem Prefeitural...
João Antonio Xavier - Prefeito de Curitiba entre 1917 e 1920.
Fonte: Prefeitura de Curitiba.
“O Matadouro Municipal, que aliás já não satisfaz plenamente as exigências do momento, careceu de alguns reparos inadiáveis, tendo esta prefeitura, por isso, adquirido uma nova caldeira metálica e mandado substituir a velha máquina-Motora que ali funcionava e ordenado a construção de novo revestimento do solo do estabelecimento, serviço esse que está sendo executado.”16
1920 (15 de abril): na Mensagem Prefeitural...
João Moreira Garcez - Prefeito de Curitiba entre 1920 e 1928.
Fonte: Prefeitura de Curitiba.
“São muito precárias as condições de higiene do matadouro que serve esta Capital, o qual bem merece uma instalação mais apropriada e um serviço que melhor atenda aos fins a que o mesmo se destina. (...)
Penso que seria oportuno um estudo que melhor permitisse a remodelação do serviço de matança do gado que abastece esta cidade, a serem sanadas as imperfeições indicadas.”17
1920, 28 de agosto - O que é nosso Matadouro.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo. Anno II, n.° 486. Coritiba: 28 de agosto de 1920. p.1.
1920, 30 de agosto - O Matadouro.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo. Anno II, n.° 487. Coritiba: 30 de agosto de 1920. p.1.
1928 (15 de abril): na Mensagem Prefeitural...
Eurides da Cunha - Prefeito de Curitiba entre 1928 e 1930..
Fonte: Prefeitura de Curitiba.
“Este estabelecimento construído a mais de 25 anos agora recebeu uma reparação, que veio grandemente beneficiar os serviços de matança. Foi feita uma nova seção para matança de suínos, limpezas de buchos e mocotós, instalações estas com todos os requisitos necessários para este mister, ficando o antigo Matadouro exclusivamente para a matança de gado vacum e tiragem de couros. Atualmente o serviço é feito em derrubada de oito rezes. Com a retirada das antigas caixas que serviam para a limpeza de miúdos ficou espaço necessário para comportar o dobro do gado abatido.
No atual Matadouro, apesar das secas havidas nestes últimos tempos, nunca faltou água e no caso de haver necessidade de mais água, lembro a V. Exa., que muito bem podia ser feita a ligação do duto condutor que já se acha instalado até o Asilo, apenas 600 metros de distância do Matadouro, ficando deste modo resolvido o problema de água naquele edifício.
O nosso Matadouro acha-se situado junto às grandes invernadas, únicas existentes em nosso município, que são Boqueirão, 900 alqueires, e Cajuru, 1200 alqueires, onde serve de repasto e descanso necessário do gado que serve para consumo de nossa população.18
Final da década de 1920 - Matadouro Municipal do Guabirotuba.
Fonte: Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
Raras são as fotografias do Matadouro Municipal até a década de 1920. A imagem mostra o estabelecimento com duas alas, identificadas pelos dois frontões da fachada principal: a sala de matança de bois, à esquerda, existente desde a inauguração em 1899; e a sala de matança de suínos, à direita, concluída em 1928.
1928 (30 de abril): é promulgada a Lei n.° 721, que autoriza o Prefeito “a contratar a construção e instalação” de um Matadouro Modelo.19 O encaminhamento burocrático para viabilizar o empreendimento é surpreendentemente rápido. Em 16 de maio de 1928, o Diário Oficial do Estado do Paraná publica o Edital de Concorrência n.° 6 e, em 10 de julho, o Contrato de Construção do Matadouro Modelo é firmado com Adherbal Fortes Cardoso e Affonso Moreira. O início da obra é imediato.
1930 (29 de junho): o Matadouro Modelo é oficialmente inaugurado em 29 de junho de 1930, com uma cerimônia que contou com a presença “de mais de 6000 pessoas”.20
1930 (1° de julho): o Matadouro Municipal do Guabirotuba é interditado pelo Ato Municipal n.° 58.
1930 - Anúncio da inauguração do Matadouro Modelo.
Fonte: Jornal A Republica. op. cit. Anno XLV, n.° 142. Curityba: 28 de julho de 1930. p.3.
1930 - Ato Municipal que interdita o Matadouro Municipal.
Fonte: Diário Official do Estado do Paraná. Ano XVII, n.° 5.071. Curityba: 1 de julho de 1930. p.3.
1930 (5 de outubro): descrição das instalações do Matadouro Municipal do Guabirotuba.
O corpo principal foi construído em 1898 e 1899, por Joaquim José Belarmino Bittencourt, conforme contrato de 12 de abril de 1898, tendo revertido ao município na administração do Coronel Joaquim Pereira de Macedo, conforme contrato assinado por Augusto Loureiro em 23-2-1909.
Foi remodelado diversas vezes, datando as últimas obras destes dias, achando-se dotado de água corrente para lavagem e de canalização ao rio Belém das águas sujas, incluindo sangue.
Possui uma linha de trilhos da bitola de 1 metro, em toda a sua extensão longitudinal, que poderá servir para a entrada dos bondes de transporte de carne.
O corpo lateral – sala de matança de porcos e de limpeza de buchos, mocotós e tripeiras – com instalação de água quente e fria, teve sua construção concluída em 1928.
As salas de administração, também anexas ao corpo principal, foram construídas em 1913.
A casa das máquinas, reformada por ocasião da construção do corpo lateral, contém o reservatório de distribuição d’água fria, alimentado por 3 poços.
Todas as construções são de alvenaria, cobertas de telhas tipo francesas e goivas e com pisos cimentados ou ladrilhados, exceto na casa das máquinas.
Terreno
O primitivo terreno tinha, conforme a planta a seguir, 92.868,00 m², dos quais parte foi ocupada pela estrada para S. José dos Pinhais e a parte Norte dessa estrada foi concedida ao município.
Na administração Candido de Abreu, foi adquirida do Snr. José de Oliveira uma área a Leste, conforme a segunda planta, de 12.100 m².
Pelo Horto Municipal é ocupada uma área de 12.213,00 m², cujo valor é computado no anexo III, pelas razões constantes do relatório.
Avaliamos o edifício em 400 contos de réis, e o terreno, excluída a parte occupada pelo horto, em 440:000$000.21
1930 - Planta do terreno do Matadouro do Guabirotuba.
Fonte: Patrimonio Municipal de Curytiba, em 5 de outubro de 1930. Relatorio e Inventario da Comissão Avaliadora. s.n.t. Acervo: Arquivo Público Municipal.
O desenho destaca a área inicial de 92.868 m², adquirida em 1898, e o terreno comprado em 1913, para a instalação do Horto Municipal.
1930 - Planta de Situação do Matadouro do Guabirotuba e do Horto Municipal.
Fonte: Patrimonio Municipal de Curytiba, em 5 de outubro de 1930. Relatorio e Inventario da Comissão Avaliadora. s.n.t. Acervo: Arquivo Público Municipal.
O desenho indica a localização do pavilhão principal com as duas salas de matança, os currais e o horto municipal. A linha de bondes posiciona-se na lateral esquerda do pavilhão principal, proporcionando fácil escoamento da carne retalhada. As iniciais C.M. A e B indicam casas construídas em madeira, destinadas aos funcionários.
1930 - Vista parcial das fachadas frontal e lateral esquerda do Matadouro Municipal.
Fonte: Relatorio e Inventario da Comissão Avaliadora. s.n.t. Acervo: Arquivo Público Municipal.
1930 - Vista parcial da fachada lateral esquerda do Matadouro Municipal.
Fonte: Relatorio e Inventario da Comissão Avaliadora. s.n.t. Acervo: Arquivo Público Municipal.
1930 - Vistas parciais das fachadas posterior e lateral esquerda do Matadouro Municipal.
Fonte: Relatorio e Inventario da Comissão Avaliadora. s.n.t. Acervo: Arquivo Público Municipal.
1930 - Sala de Matança.
Fonte: Relatorio e Inventario da Comissão Avaliadora. s.n.t. Acervo: Arquivo Público Municipal.
1930 - Casa de funcionários, construída em madeira.
Fonte: Relatorio e Inventario da Comissão Avaliadora. s.n.t. Acervo: Arquivo Público Municipal.
1930 (9 de outubro): o Matadouro Municipal do Guabirotuba é reaberto.
Joaquim Pereira de Macedo, prefeito de Curitiba entre 1930 e 1932.
Fonte: Assembleia Legislativa do Paraná. Disponível em: http://www.alep.pr.gov.br/os_deputados/conheca_os_deputados/perfil/74-joaquim-pereira-de-macedo. Acesso em 2 de novembro de 2014.
1930 (9 de outubro) - Ato Municipal n.° 1.
Fonte: Diário Oficial do Estado do Paraná. Anno 1, n.° 1. Curityba, 14 de outubro de 1930. p.7.
1931 (1° de setembro): reportagem do Jornal Gazeta do Povo “Desfazendo uma lenda”.
1931 - Matéria de jornal relatando as reformas ocorridas no Matadouro Municipal.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo. Anno XIII, n.° 4.452. Curityba: 1° de setembro de 1931. p.1.
1931 - Matéria de jornal relatando uma visita ao Matadouro Municipal e descrevendo o edifício.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo. Curitiba: 1° de setembro de 1996.
1931 - Planta do Matadouro Municipal e terreno anexo.
Fonte: Relatorio das modificações verificadas no Patrimônio Municipal durante o anno de 1931, apresentado ao Prefeito de Curitiba, Joaquim Pereira de Macedo, pelos engenheiros civis João de Macedo Souza e Augusto Beltrão Pernetta. Curitiba: janeiro de 1932. s.n.t. Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
1932: na Mensagem Prefeitural...
Jorge Lothario Meissner - Prefeito de Curitiba entre 1932 e 1937.
Fonte: Prefeitura de Curitiba.
"Matadouro Municipal
Com os melhoramentos feitos durante o ano de 1931 este estabelecimento encontra-se em condições de satisfazer as exigências da higiene, deixando a desejar apenas quanto à capacidade para a matança de suínos. Merecendo especial atenção, pela grande cota de contribuição para as rendas municipais, cogita-se no momento da organização do respectivo projeto, cujos trabalhos serão iniciados o quanto antes.”22
1932 (entre março e maio): é construído um brete para a matança de gado.23
1933: é construído um pavilhão isolado para a matança de suínos, com o respectivo mangueirão calçado a paralelepípedos, além de novo poço para o abastecimento de água.24
Fonte: Relatorio das variações havidas no Patrimônio Municipal durante o anno de 1933, apresentado ao Prefeito de Curitiba, Jorge Lothario Meissner, pela Comissão Designada pela Portaria n° 109. Curitiba: 15 de janeiro de 1934. Annexo 1.
1933 - Vista externa do pavilhão para matança de suínos.
Fonte: Relatorio das variações havidas no Patrimônio Municipal durante o anno de 1933, apresentado ao Prefeito Jorge Lothario Meissner, pela Comissão Designada pela Portaria n.° 109. Curitiba: 15 de janeiro de 1934. Annexo 1. Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
1933 - Vista interna do pavilhão para matança de suínos.
Fonte: Relatorio das variações havidas no Patrimônio Municipal durante o anno de 1933, apresentado ao Prefeito Jorge Lothario Meissner, pela Comissão Designada pela Portaria n.° 109. Curitiba: 15 de janeiro de 1934. Annexo 1. Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
1933 - Projeto de aumento para a matança de suínos do Matadouro Municipal.
Fonte: Relatorio das variações havidas no Patrimônio Municipal durante o anno de 1933, apresentado ao Prefeito Jorge Lothario Meissner, pela Comissão Designada pela Portaria n° 109. Curitiba: 15 de janeiro de 1934. Annexo 1. Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
1934: na Mensagem Prefeitural...
Jorge Lothario Meissner - Prefeito de Curitiba entre 1932 e 1937.
Fonte: Prefeitura de Curitiba.
“Matadouro
Dos próprios municipais, o Matadouro é o que tem recebido maiores benefícios em suas instalações, as quais dia a dia se vão aprimorando e satisfazendo cabalmente aos preceitos higiênicos que devem presidir a todo o trabalho que se executa naquele estabelecimento industrial. Além da ampliação levada a efeito em 1933, constituída de um pavilhão próprio para a matança de porcos e vitelos, recebeu o edifício do Matadouro novas modificações que redundam em melhoria das condições do trabalho ali realizado quotidianamente.
Durante o ano foi iniciada a construção da ala direita25 do edifício principal, que assim ficou dotado de magnífica sala para o armazenamento, conferência e expedição do gado abatido. Para esta sala foi deslocada a linha de bondes para mais fácil colocação do gado nos veículos de transporte e em cujo serviço foi despendida a importância de Rs. 1:441$000. Foi construído um novo poço para abastecimento d’água e acha-se em construção nova sala para os serviços de administração bem como instalações sanitárias adequadas.
A fachada do edifício principal, ora completa com a ala direita, foi inteiramente remodelada obedecendo a linhas simples e modernas.
Para a pesagem do gado foram adquiridas duas novas balanças sendo uma destinada ao gado em pé com capacidade para 10.000 quilos e a outra para o gado abatido com capacidade de 500 quilos. Ambas estão sendo instaladas e deverão estar em funcionamento no próximo mês de fevereiro. Esses aparelhos de pesagem foram adquiridos da fábrica Filizola de S. Paulo respectivamente pelos preços de Rs. 20:968$400 sendo material Rs. 13:130$400 e com mão de obra Rs. 7:838$000.”26
1953 - Matadouro Municipal.
Fonte: Fotografia de Arthur Wischral. Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
Com as intervenções realizadas em 1933 e 1935, o pavilhão principal compreende três alas: a central (primeira a ser construída), a direita (datada de 1928, inicialmente destinada à matança de suínos) e a esquerda (mais recente, para armazenamento e expedição). As diferentes atividades, embora contando com salas próprias, concentram-se em um único edifício, contrariando as orientações higienistas que preconizam construções isoladas, com diferentes funções, reunidas em torno de pátios de circulação. A fachada frontal, agora simétrica, ganha linhas retas ao gosto déco, mantidas até o presente.
Planta esquemática do Matadouro Municipal de Curitiba, indicando a cronologia das ampliações 1899-1934.
1948: são realizados no Matadouro Municipal os serviços de substituição de uma balança e da bomba que fornecia água para limpeza; além da caiação das mangueiras.27
1953 - Matadouro Municipal.
Fonte: Fotografia de Arthur Wischral. Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
Em primeiro plano, vista do brete que leva o gado para o abate e, ao fundo, as mangueiras.
1953 - Matadouro Municipal.
Fonte: Fotografia de Arthur Wischral. Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
Sala de expedição, com os varais ao longo das paredes laterais e, ao centro, o nicho para o estacionamento do bonde durante o carregamento da carne verde.
1953 - Matadouro Municipal.
Fonte: Fotografia de Arthur Wischral. Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba.
Outra tomada da sala de expedição.
1959 (6 de novembro): no Memorial Descritivo do Matadouro do Guabirotuba...
“Terreno
Um terreno de 24.010,070 m² com a forma geométrica de um hexágono, tendo a testada para a Av. Senador Salgado Filho numa extensão de 109,20 m, lado direito para o Grupo Escolar numa extensão de 79,50 m, prolongando num ângulo de 45° mais ou menos para a esquerda numa extensão de 78,50 m até a Travessa Oliveira, partindo desta no mesmo prolongamento 28,00 m seguindo para a direita num ângulo de 70° com 148,40 m, daí prolongando até a Avenida Senador Salgado Filho, onde fecha no ponto de partida, com 196,40 m.
Edifícios
1960: a reportagem “O drama da carne” registra o processo de abate no Matadouro do Guabirotuba, com fotos de Cid Destefani.
Bois na mangueira.
Bois na mangueira.
Bois no corredor de acesso à sala de matança.
Abate de um boi.
Boi abatido aguardando esquartejamento.
Boi sendo esquartejado.
Fonte: COSTA, Samuel Guimarães. O Drama da Carne. Revista Panorama. Curitiba: julho de 1960. Ano X, n.° 98.
1962: a Prefeitura de Curitiba relata que o Matadouro Municipal do Guabirotuba é deficitário e estuda seu fechamento, mas, enquanto não decide o que fazer, as reformas continuam ocorrendo.
1964: o Relatório do Executivo Municipal registra os serviços de conservação das instalações e dos edifícios existentes: recondicionamento geral da caldeira; reajuste de serras elétricas, guinchos e balanças; pintura geral do edifício principal; e reparos nas demais dependências.29
1971: a Revista Panorama refere-se ao estabelecimento como “responsável por grande parcela dos abates destinados a abastecer a cidade” e registra que
1 -“sofreu adaptações, reformas e ampliações”; que “novos equipamentos foram adquiridos” e
2 - foi iniciada a “construção das futuras dependências, que ocuparão área útil de 492,72 m²”.30
1971 - Sala de Matança do Matadouro Municipal.
Fonte: Revista Panorama. Curitiba: março de 1971. p.38.
1974: ocorre o fechamento do Matadouro Municipal e suas instalações passam a servir de depósito da Prefeitura.31
1975 - Matéria de revista denuncia que as instalações do antigo Matadouro Municipal estão servindo como depósito da Prefeitura. Qual das bancas é a do Pedro Lauro?
Fonte: Revista Paraná em Páginas. Ano X, n.° 119. Curitiba: janeiro de 1975. p.6-9.
1980: a prefeitura propõe a reutilização das instalações do antigo Matadouro Municipal transformando-as no “Eixo Comercial Guabirotuba Salgado Filho”. O projeto inclui a transferência do Horto Municipal para o Parque do Iguaçu e a transformação de seu espaço em um parque. A região é considerada como “importante ponto da cidade”, “área estratégica e de passagem obrigatória para milhares de pessoas, diariamente, além das próprias famílias que residem no bairro”. Também o edifício principal do conjunto do Matadouro Municipal é qualificado com “valor sentimental e histórico para a cidade”.32 O projeto, entretanto, não sai do papel.
1980 - Anúncio do projeto do Eixo Comercial Guabirotuba- Salgado Filho.
Fonte: O velho matadouro vai ser transformado em mercado-modelo. In: Revista Expresso. Curitiba: janeiro de 1980. n.° 5. p.5.
1988: após reformas e adaptações a Associação dos Meninos e Meninas de Rua de Curitiba (Assoma) passa a funcionar no antigo prédio, onde permanece até 2008.33
Fonte: Revista Paraná em Páginas. Ano XXIII, n.° 72. Curitiba: outubro de 1987. p.10.
2000 - Antigas instalações do Matadouro Municipal no Guabirotuba.
Fonte: Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba.
2014 - Antigas instalações do Matadouro Municipal no Guabirotuba..
Fotografia: Wagner Portela.
* Foi atualizada a grafia de todas as citações.
1REIS, Trajano Joaquim dos. Elementos de Hygiene Social. 1ª edição. Curitiba: Impressora Paranaense, 1894. p.239-240.
2 MARTINS, Romário. Como se fundou Curytiba. p. 15-20. In: ILLUSTRAÇÃO PARANAENSE. Anno 4, n.° 3. Curityba: março 1930. p.19.
3 Artigo 97, Lei n.° 79, de 11 de julho de 1861. In: Pereira, M.(Org.). Posturas Municipais - Paraná, 1829 a 1895. Curitiba: Aos Quatro ventos, 2003. p.90.
4 Relatorio do Presidente da Provincia do Paraná, Adolpho Lamenha Lins, para Assemblea Legislativa, em 15 de fevereiro de 1876. Curityba: Typ. Viuva Lopes, 1876. p.8-9.
5 Relatorio do Presidente da Provincia do Paraná, Rodrigo Octavio de O. Menezes, ao passar a administração para o 1° vice-presidente, Jesuino Marcondes de O. e Sá, em 31 de março de 1879. Curityba: Typ. Perseverança, 1879. p.38.
6 Jornal Gazeta Paranaense. Anno IX, n.° 390. Curityba: 1 de novembro de 1883. p.3.
7Jornal A Republica. op. cit. Anno V, n.° 219. Curityba: 21 de setembro de 1890. p.2.
8 Idem, Anno V, n.° 268. Curityba: 29 de novembro de 1890. p.1.
9 O engenheiro foi encarregado pela Câmara Municipal a “proceder os estudos necessarios e completos, com nivelamento, projectos, plantas, orçamentos etc. para os serviços de abastecimento de água e exgottos desta cidade”.In: Jornal Correio Municipal. Orgam da Municipalidade de Coritiba. Anno I, n.° 21. Coritiba: 30 de novembro de 1895. p.5-6.
10Jornal Diario do Parana. op. cit. Anno II, n.° 19. Curityba: 26 de janeiro de 1897. p.1; e idem, Anno II, n.° 11. Curityba: 15 de janeiro de 1897. p.1.
11 Jornal A Republica. Anno XII, n.° 70. Curityba: 31 de março de 1897. p.1; e idem, Anno XII, n.° 187. Curityba: 1 de setembro de 1897. p.1.
12 Jornal A Republica. op. cit. Curityba: 18 de março de 1898. p.3; e Jornal O Municipio. op. cit. Anno II, n.° 17. Curityba: 26 de março de 1898. p.3.
13 Mensagem prefeitural da Sessão extraordinária da Camara Municipal em 20 de julho de 1898. In: Jornal O Municipio. op. cit. Anno II, n.° 24. Curityba: 30 de julho de 1898. p.3.
14 Mensagem do Prefeito à Camara Municipal de Curityba, em 15 de outubro de 1916 p.8-19. In: ANNAES da Camara Municipal de Curityba. Sessões de 18 de setembro de 1916 á 1° de Agosto de 1917. Curityba: Typ. d’A Republica, 1917. p.17.
15 ANNAES da Camara Municipal de Curityba. Acta da sessão de 19 de maio de 1917. Sessões de 18 de setembro de 1916 á 1° de agosto de 1917. Curityba: Typ. d’A Republica, 1917. p.178-179.
16 Mensagem do Prefeito, João Antonio Xavier à Camara Municipal de Curityba, em 15 de janeiro de 1919 p.50-52. ANNAES da Camara Municipal de Curityba. Sessões de 15 de outubro de 1918 á 26 de julho de 1919. Curityba: 1919. p.52.
17 Idem, p.11.
18 Mensagem do Prefeito, Eurides da Cunha, á Camara Municipal de Curitiba, em 15 de abril de 1928. Curityba: Typ. d’A Republica, 1928. p.170-171.
19 Livro de Actas da Câmara Municipal de Curitiba: acta da sessão do dia 24 de abril de 1928. p.57-58.
20 Matadouro Modelo de Curityba. Será inaugurado hoje oficialmente o importante estabelecimento industrial desta cidade. In: Jornal A Republica. op. cit. Anno XLV, n.° 143. Curityba: 26 de junho de 1930. p.3.
21 Patrimonio Municipal de Curytiba, em 5 de outubro de 1930. Relatorio e Inventario da Comissão Avaliadora. p.23-24. s.n.t.
22 Mensagem do Prefeito de Curitiba, Jorge Lothario Meissner, ao Interventor Federal do Paraná, Manoel Ribas, referente ao exercício de 1932. Curityba: fevereiro de 1933. p.18.
23 Idem.
24 Mensagem do Prefeito de Curitiba, Jorge Lothario Meissner, ao Interventor Federal do Paraná, Manoel Ribas, referente ao exercício de 1933. Curityba: fevereiro de 1934. p.10.
25 A nova ala encontra-se à esquerda do pavilhão principal. Trata-se de erro no texto.
26 Mensagem apresentada pelo Prefeito Jorge Lothário Meissner à Câmara Municipal de Curitiba, em dezembro de 1935. In: ANAIS da Camara Municipal de Curitiba - 1935. Curitiba: Empresa Grafica Paranaense, 1936. p. 43-44.
27 Prestação de Contas do Prefeito Ney Leprevost à Camara Municipal de Curitiba, referente ao ano de 1948. Curitiba: janeiro de 1949. p.27.
28 Diário da Câmara. Ano VI, n.° 762. Paço da Liberdade, Curitiba: 24 de novembro de 1959. p. 8.694-8.699.
29 Relatório da Prefeitura Municipal de Curitiba referente a 1964. p.159. s.n.t.
30 Revista Panorama. Curitiba: março de 1971. p.38.
31 O velho Matadouro Municipal. In: Jornal Primeira Hora. Curitiba: 15 de fevereiro de 2001. p.7; e Qual das bancas é a do Pedro Lauro. In: Revista Paraná em Páginas. Ano X, n.° 119. Curitiba: janeiro de 1975. p.6-9.
32 O velho matadouro vai ser transformado em mercado-modelo. Revista Expresso. Curitiba: janeiro de 1980. n°5. p.5.
33 FENIANOS, Eduardo Emílio. Uberaba, Jardim das Américas e Guabirotuba - Presentes do Passado. Curitiba: UniverCidade, 2001. Coleção Bairros de Curitiba; O velho Matadouro Municipal. In: Jornal Primeira Hora. Curitiba: 15 de fevereiro de 2001. p.7; e PADRELLA, Nelson. O velho Matadouro vai virar uma escola modelo. In: Jornal Correio de Notícias. Curitiba: 8 de fevereiro de 1987.