A instalação do Matadouro Municipal em Curitiba, no ano de 1889, irá induzir a expansão da malha urbana para a região do Guabirotuba. Conhecida por seus vastos campos e, sofrendo com as frequentes enchentes do Rio Belém, ela pertence, até fins do século XIX, a poucos proprietários de extensas áreas. A imprescindível distância do centro urbano, a grande extensão de terreno disponível e a proximidade do rio, preconizada pelos manuais de higiene, são os critérios utilizados para a implantação do abatedouro neste local. Para seu funcionamento, são construídas uma estrada de rodagem e uma linha de bonde, vias que possibilitam o acesso e o transporte de carne abatida e, paulatinamente, a ocupação do Guabirotuba.

O processo de urbanização é lento, mesmo contando com o forte impulso da presença de infraestrutura viária e somente se consolida na segunda metade do século XX. A demora tem como fator principal a geografia, pois o Guabirotuba integra a porção inundável do Baixo Rio Belém, constituindo-se, portanto, de terrenos de trato difícil, com alto custo em qualquer intervenção.

O Matadouro Municipal  faz parte do cotidiano da região por 75 anos e contribui para o desenvolvimento do Arrabalde do Guabirotuba, que mesmo antes do Matadouro, já abriga algumas atividades e serviços  - como o Prado de Corridas e a Empresa Sanitária. Mas é a partir do início do século XX que a região começa a receber importantes instituições, como o Asilo de Alienados. Neste período é inaugurada a nova Estrada Curitiba-São José dos Pinhais, via Matadouro, a qual substitui o antigo caminho que passava pelo Portão.

Em 1947, o agora Bairro do Guabirotuba, entra em nova fase: proliferam os loteamentos; instalam-se importantes instituições; é construída a BR-2 (depois 116) e a Avenida Comendador Franco; há um incremento da infraestrutura urbana e é retificado Rio Belém, considerado desde o século XIX um entrave ao crescimento e à urbanização de Curitiba e um perigo para a saúde pública,

O Matadouro Municipal é desativado em 1974, momento em que o Guabirotuba já apresenta o desenho urbano atual, tem definida a estrutura viária e grande parte do parcelamento do solo. É neste ano que a família de Gerson Smal Staehler transfere-se para o bairro. A página O Guabirotuba nos anos 70 traz o depoimento de Gerson que, com seus olhos de arquiteto e urbanista, revisita o local onde residiu e viveu parte da infância.

2000 - Vista aérea do Guabirotuba. Fonte: Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba.

2000 - Vista aérea do Guabirotuba.
Fonte: Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba.

 


2014 - Antigas instalações do Matadouro Municipal Guabirotuba. Fotografia: Wagner Portela.

2014 - Antigas instalações do Matadouro Municipal do Guabirotuba.
Fotografia: Wagner Portela.

 


2003 - Ortofoto do Bairro do Guabirotuba. Fonte: Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba.

2003 - Ortofoto do Bairro do Guabirotuba.
Fonte: Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba.

 


Compartilhar: