Entre agosto e outubro de 1917, Curitiba é atingida pela “febre typhica” e o Governo de São Paulo envia como ajuda uma comissão formada pelos médicos Theodoro Bayma, então Diretor do Instituto Bacteriológico, Bruno Rangel Pestana e Cincinato Panponet e Calazans que detecta graves problemas na qualidade da água fornecida à população.


“Após haver instalado excelente laboratório no edifício da Universidade, começou a comissão os seus trabalhos, analisando as águas que abastecem a população curitibana, pois que já era de opinião dos mais notáveis dos nossos médicos – que estamos a braços com uma epidemia hídrica.
Dentro de poucos dias aparecem as primeiras demonstrações, oriundas da análise das águas, da existência de contatos das redes de abastecimento de aguas com redes de esgotos. Conjugados, então, os esforços da ilustre comissão médica paulista com a notável colaboração do ilustre engenheiro Dr. João Moreira Garcez, competente Diretor de Obras e Viação deste Estado, foram encontrados os primeiros contatos, justamente nas zonas onde avultavam os casos da moléstia. Eliminados os contatos conhecidos, passando a população a usar água filtrada e fervida, intensificada a vacinação anti-typhica, evitados os contatos com doentes da moléstia, esta declinou consideravelmente, conforme demonstrou a estatística e expôs brilhantemente o Dr. Theodoro Bayma em notável conferência. A culta população curitibana teve tão nítida compreensão do momento que prontificou-se a receber a vacina anti-typhica com tamanha confiança que, dentro de 40 dias, mais ou menos, o número de pessoas vacinadas elevou-se a dezessete mil. Os postos da Diretoria do Serviço Sanitário, da Cruz Vermelha, da Associação dos Empregados do Comércio e do Corpo de Bombeiros, bem como nossos médicos em suas clinicas, desenvolveram a vacina com os melhores resultados.”

Trecho do livro As virtudes do bem-morar. Para saber mais sobre a história de Curitiba  leia o livro e visite a página https://www.memoriaurbana.com.br/as-virtudes-do-bem-morar/.

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